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Aqueles que se dedicam a estudar devem ser capazes de ajudar os de fora em palavras e por escrito

Foto do escritor: Bruna SouzaBruna Souza

Algumas semanas atrás, conversando com uma grande amiga sobre nossos trabalhos e hobbies, surgiu o tema da leitura e da escrita. Comentamos que hoje, nessa nova era da tecnologia, infelizmente, ninguém tem mais paciência ou até mesmo a vontade de ler textos. Seja um breve story, a legenda de uma publicação ou até mesmo um carrossel de conteúdo; os blogs então, quase desapareceram. Tudo isso dando lugar a imagens e vídeos rápidos, objetivos e significativamente perigosos; a tal da era da dopamina dos quinze segundos. Consequentemente, escritores, pensadores e entusiastas (como eu) foram submetidos a reprimir uma parte tão importante de si mesmos, de sua autoexpressão, para agradar ou atingir um novo público. E eu acredito que isso não deveria ser assim.



Eu gosto de recordar que os livros sempre foram meus grandes companheiros. Em minha adolescência eu chegava a finalizar a leitura de um livro inteiro em um único dia, justamente pelo fato de que a leitura era meu passatempo preferido. Por conta disto, desenvolvi também o hábito de documentar diariamente pensamentos e situações, possibilitando instalar limites em meus pensamentos através das minhas próprias palavras. E lógico, como uma boa leitora, adorava parafrasear e romantizar minha vida. Talvez essa fosse minha parte preferida: transformar os momentos triviais em situações formidáveis.


Com o surgimento da tecnologia, os meus livros começaram a dividir espaço com alguns blogs. O sentimento de escritora que brotava em mim por meio das leituras físicas, foi significativamente amplificado com a leitura no mundo digital. Em pouco tempo esse desejo falou mais alto e tive a coragem de criar um blog e começar, de fato, a externalizar o meu mundo além dos meus próprios livros e diários. Este novo formato de escrita me levou a criar dezenas de blogs, com temas variados, tudo isto porque eu tinha um desejo e um dom, mas sem um propósito. Como era de se esperar, todos esses blogs, um dia, foram parte de quem eu era e a minha necessidade de compartilhar o que se passava aqui dentro combinado com a tenra idade me faziam rapidamente mudar de ideia, então, eu desistia. Posso afirmar que foi um longo percurso sem uma direção. A única bússola que eu tinha me apontava para a escrita. E ainda assim eu abandonei esta paixão; durante longos seis anos deixei adormecido esta parte em mim, abandonando até mesmo o prazer pela leitura.



No entanto, nos últimos dois anos atravessei pela maior e mais dura mudança pessoal em toda minha (breve) existência. Tudo em silêncio e sozinha. E quão bom e sufocante foi isto. Bom porque se eu tivesse escrito e externalizado meus pensamentos durante este período, seria bastante visível a contrariedade, incoerência e até mesmo a hipocrisia em minhas palavras vs. minhas ações. E sufocante, porque aprendi coisas que, de todo meu coração, desejava que muito mais pessoas pudessem também aprender. Em suma, eu encontrei a verdadeira felicidade. E aprender tantas coisas boas e com uma contínua lapidação, de fato, me sufocava por não poder compartilhar e escrever sobre isto.


"Deus não coloca em nosso coração um desejo que Ele não possa realizar."

Neste mesmo período, também me deparei com o propósito que Deus tem para mim. Eu achava que só a arquitetura bastava, mas Ele apresentou a neuroarquitetura. Achei, então, que essa visão da neuroarquitetura era o que faltava e seria este o meu propósito: projetar ambientes aplicando a neurociência. Mas não, Ele tinha isto e muito mais. Quase como um mapa, Ele me mostrou que todas as experiências que tive e todos os desejos do meu coração, através da minha comprovação pessoal, me levariam ao tesouro — o meu propósito. E é por entre estas linhas tortas que estou trilhando como posso para alcançá-lo e desbravá-lo.


Portanto, já que passei a vida buscando uma maneira de compartilhar tudo que se passava em meu coração; combinado com a intensidade e profundidade das coisas que aprendi nos últimos anos; descobrindo e vivenciando o meu propósito; compreendendo a importância do lar na vida das pessoas; polindo e ordenando minha própria vida; e com o verdadeiro desejo de servir, agora, finalmente, sinto que a escrita encontrou o seu lugar e como o próprio Senhor me mostrou "aqueles que se dedicam a estudar devem ser capazes de ajudar os de fora em palavras e por escrito". Desse modo, quero informá-lo, caro leitor, que o meu desejo de servir e ajudar é tão grande quanto esta loucura de iniciar um blog em meio a era dos vídeos, em meio a uma incansável propaganda de facilidades e superficialidade. Enquanto o mundo clama por utilitarismos, comodismos e manipulação, eu estarei aqui aprofundando e impulsionando uma vida direcionada a uma verdadeira felicidade, seja no seu lar ou em sua alma.



Imagens: DepositPhotos

2 comentários

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2 Comments


Guest
Jul 15, 2023

Ah, que felicidade saber que tem pessoas que valorizam a escrita, a leitura e o compartilhamento de reflexões!


Também tive blog, sempre adorei escrever e sinto falta tanto de escrever quanto de ler blogs de conteúdo de qualidade!!!


Serei sua seguidora, sem dúvidas! Admiro e valorizo sua iniciativa em tempos de pessoas que ouvem áudios em velocidade 2x e não conseguem assistir nem metade dos vídeos de 15s.


B

Beijos


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Bruna Souza
Bruna Souza
Jul 17, 2023
Replying to

Olá! Muito obrigada pelo seu comentário. Não imagina o quanto fiquei feliz em ler. Animou muito meu dia!


Acho incrível que você também se sinta assim, pois hoje em dia são poucos que realmente se incomodam e percebem os prejuízos dessa exigente rapidez. Aproveito para incentivá-la a escrever também, é libertador! Além de ser um excelente hobbie.

Beijos e seja muito bem-vinda!

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Bruna Souza Arquitetura e Design - 2025 - Todos os direitos reservados

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